Segurança Alimentar no Brasil

Reflexões sobre a Segurança Alimentar no Brasil

Como profissional atuante na área de alimentos, venho comentar e alertar sobre as recentes abordagens debatidas no país. Ressalto que não se trata de uma crítica partidária, mas de uma análise para o setor e a importância de garantirmos qualidade e segurança em toda a cadeia de produção e consumo de alimentos no país.

O primeiro ponto que gostaria de abordar hoje com vcs é a possível proposta de reduzir a fiscalização para cortar custos. A pergunta que fica é: Como a diminuição das fiscalizações pode realmente reduzir os custos para o consumidor? Empresas comprometidas com a excelência não abririam mão dos investimentos em qualidade (ou ao menos, não deveriam), mantendo os padrões exigidos que protegem a credibilidade dos alimentos, mesmo em cenários de fiscalização menos rigorosa. Essa flexibilização pode, inclusive, aumentar os riscos de doenças transmissíveis por alimentos e comprometer a saúde pública.

Outro tema relevante são os prazos de validade dos produtos. Permitir que o consumidor decida a validade do produto pós compra gera insegurança e incertezas jurídicas, inviabilizando a responsabilização das empresas. Em um país com relações complexas entre consumidores e fornecedores, essa medida traria mais riscos do que benefícios, podendo gerar litígios e desconfiança.

Também preocupa a proposta de eliminar a tributação sobre alimentos importados para reduzir preços no mercado interno. Embora produtos mais baratos possam parecer atrativos, essa medida coloca em risco a competitividade do agronegócio brasileiro, enfraquecendo a segurança alimentar ao reduzir os incentivos à produção local.

Em fim, trouxe para vocês um tema relevante e atual, sobre a possível flexibilização da fiscalização, a redefinição dos prazos de validade e a redução de tributos sobre produtos importados, sendo que estes deve, ou deveriam ser pautado por debates técnicos e evidências sólidas. A segurança do alimento, fundamental para a saúde pública e o desenvolvimento sustentável, exige vigilância e políticas que considerem os impactos a longo prazo na saúde e na competitividade da nossa indústria.

Convido todos a refletirem sobre o tema, pensando na saúde e segurança dos consumidores, no setor regulado e na competitividade local.